GUERREIRAS: 2013

Descobri que estava grávida com 18 anos, desempregada e morando com meu pais. Contar para eles foi terrível, minha mãe quase entrou em depressão, com medo da reação do meu pai, mas quando contamos, ele ficou tranquilo, na verdade ele já esperava, pois naquela época eu namorava a sete anos. Enfim, os dias foram se passando, a barriguinha aparecendo e nada de emprego, e precisando das coisas, do enxoval, de tudo. Numa tentativa desesperadora, fazendo algo do qual me envergonho de dizer, meu namorado foi preso quando eu já estava com oito meses de gestação, condenado a cinco anos e seis meses. Foi tudo MUITO difícil, eu grávida, ele preso, ninguém deixava eu ir visita-lo, pois faltavam 20 dias para eu ganhar bebê, na verdade a Duda estava prevista para o dia 15, então faltavam 15 dias, mas nasceu dia 19, mais os 10 dias do castigo que meu namorado pegou sem visita, então faltavam 5 dias teoricamente. Eu estava completamente desesperada com tudo, o medo de ficar longe dele, o medo de ela nasce e ele não estar por perto, o medo do que os outros iriam pensar, etc. Dia 18 de maio fui ao hospital, pois já havia passado a data prevista e NADA, a bolsa não estourou, ela simplesmente estava quietinha, bem sossegada lá dentro, esperando o papai voltar, rs. Bom, eles induziram o parto, mas mesmo assim não sentia nada. Voltei pra casa, quando foi às duas horas da manhã comecei a sentir muitas dores, com intervalos longos... Sofri a noite toda em casa, por que eu sabia que se eu fosse para o hospital, eu iria ficar perambulando pelos corredores, pois não tenho convênio. Ia dar meio dia quando já não tava dando muito certo eu ficar em casa, rs. Fui pro Hospital Pedreira chegando lá, não tinha vaga, não fizeram exames e nem nada, maior descaso, a fila da ambulância estava gigantesca, como eu tava de carro, fui pra maternidade de interlagos, lá tbm não tinha vaga, mas como eu já tava com 6 dedos de dilatação, eles não deixaram a gente sair, fiz um monte de exames enquanto aguardava uma ambulância. Com mais ou menos meia hora, a transferência havia chagado. Fui de ambulância para a maternidade Beneficência portuguesa de Sp. Chegando lá, minha mãe deu entrada, enquanto me levavam para um banho morno. Como eu já havia feito todos os exames necessários anteriormente, subimos direto para a sala de pré-parto. Muitas salas individuais com suas portas fechadas e eu ali sozinha sentindo dores esperando uma pra eu poder ser internada. Uns dez minutos depois, fui pra sala e por lá fiquei durante uns 15 minutos tomando soro na veia e sozinha. Minha mãe ficou comigo só uns minutinhos, ela não aguentou,rs. Fui pra sala de cirurgia e em cinco minutos já estava com minha princesa, foi muito rápido, lembro que vi ela, e depois levaram ela pro berçário e eu apaguei. Quando acordei, já estava no quarto, com minha mãe. Duda nasceu às 20:40 hrs, então passei a noite toda sem vê-la, só pude ver ela no dia seguinte às 9:00hrs da manhã, fiquei lá por 3 dias. (+) .

Fiquei sozinha, pois meus pais precisavam trabalhar e como o hospital era muito longe de onde moro, nem visita eu tive, só do pessoal de casa mesmo. Quando vim pra casa, o quartinho todo montadinho, tudo lindo pra receber a gente, mas mesmo assim, faltava a pessoa que me ajudou a fazer a Duda. era muito triste pra mim, eramos acostumados a ficar juntos praticamente o tempo todo, podíamos dizer que eramos casados, pois eu passava a maior parte na casa dele. Mas só quando ela completou três meses de vida eu fui visita-lo, pois não queria levar ela, e somos muito apegadas. Mas mesmo assim, deixei ela com minha sogra e fui duas vezes sem ela, depois levei, por que ele não conhecia ela ainda. :'( ... Quando eu levei ela, foi lindo, emocionante, ele todo bobo mostrando pra todo mundo. Ria de tudo que ela fazia, ruim mesmo era ir embora, era uma sensação horrível, e assim fomos vivendo por mt tempo, até chegar uma época que a comunicação entre nós, era somente por cartas e fotos.

Duda Mamãe e Papai

Enfim, graças a Deus, tenho ele aqui comigo, depois de muito sofrimento Deus fez valer a promessa. Só tenho o que agradecer a Deus, por tudo o que vivi, amadureci muito e hoje eu não ligo nem um pouco para o que as pessoas pensam, só DEUS pode nos julgar. Já ouvi muita crítica referente a tudo isso, já chorei muito com os comentários maldosos das pessoas, achando que a família pode ter culpa, achando que uma pessoa não pode estar arrependido de ter cometido determinada coisa, mais hoje em dia o que sai da boca de um e outro não nos atinge mais, pois eu tenho Deus, então eu tenho TUDO.